28 de fev. de 2009

Devaneio Noturno




Perdi-me durante um tempo enquanto voltava pra casa. As casas não me pareciam familiares, eu estava no meio de uma rua deserta, meus medos então surgiram, vieram como uma torrente. Uma estranha sensação de impotência servia como um manto que me cobria por inteiro.

Meus pés quase paralisaram diante da possibilidade de encontrar um estranho por ali, as casas pareciam me vigiar, o chão era cada vez mais escuro... Mesmo carregado de pavor, segui.

Fechei os olhos por um instante, quis imaginar-me em outra cena, na verdade, não queria enfrentar o desconhecido. A noite sempre me causou medo, é nela que se comete os piores atos, onde o absurdo se instala e não nos deixa saída.

Aquele momento parecia não ter um tempo preciso pra acabar; de súbito, segurei uma pedra a fim de me defender de algo que me fosse hostil. Eu não sabia que toda a hostilidade era apenas uma mera construção de minha mente, após ouvir tantos casos que acontecem à noite com um homem perdido. Até me imaginei em alguma nota de jornal do dia seguinte, onde este relatava sobre o assassinato de um homem ainda não identificado.

Minha vida, então, terminaria em uma nota de imprensa. Eu seria apenas um número que, por ventura, foi sorteado no acaso das tragédias diárias.

2 comentários:

  1. Interessantíssimo, obrigado por comentar no meu conto, adorei seu estilo, tenho outros contos que são bem noturnos tbm. Ah, dps dá uma passada no meu outro blog: http://informarteblog.blogspot.com/

    fica uma frase do poeta Jim Morrison: "The future is uncertain and the end is always near."

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