19 de abr. de 2009

Estranhar e perder-se

Posso dizer que hoje uma sensação estranha toma conta de mim. Não sei se ‘estranha’ seria o termo adequado, poderia dizer também que é algo novo, um prazer inédito.

É o momento de olhar através do meu invólucro, perceber a que fim todo o meu ser se projeta, ir ao templo das adoráveis musas. Musas antes esquecidas, vista apenas como um grande ornamento, sem um sentido ímpar, sem sequer carregar consigo algum sentido. Foi um tormento perceber que elas estavam ali intocadas.

Quis trazê-las pelas mãos e naufragar com firmeza nas emoções diárias, tolas, vãs... Observei tudo a minha volta, busquei a doce alegria daquelas sensações e prazeres; sai dali como uma criança que nasce à descoberta do mundo, onde o pasmo é essencial e as cores se apresentam num palco sem disfarces.

2 de abr. de 2009

Poema da dúvida

Seria inútil mostrar-se?
Seria preciso calar-se?
Seria inútil sentir?
Seria preciso mentir?
Seria inútil falar?
Seria preciso abafar?
Seria preciso saber se ainda há o que falar.

Inconstâncias...


Sobrevivo a inconstantes causas, desejos e mentes. Não aprendi ainda a lhe dá com todas elas, por isso meu coração torna-se pequeno e impotente. Vago por entre as palavras ditas, teorias e idéias que me escapam pelos dedos... Ainda persiste em mim um desejo insolúvel pela compreensão. Entender: eis a questão! É uma sede insaciável e assim levo minha mente inquieta às confusões e descobertas.